quarta-feira, 27 de julho de 2011

IOF sobre derivativos atingirá quem especular, diz Mantega

O ministro Guido Mantega anunciou nesta quarta-feira (27) medidas para conter a valorização do real. A principal delas é a cobrança de 1% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre operações com derivativos, contratos feitos no mercado futuro. Pela medida provisória publicada hoje, o governo poderá aumentar essa alíquota em até 25%.

Mantega explicou que empresas exportadoras, por exemplo, que fizerem contratos derivativos apostando contra o dólar apenas para cobrir o valor de suas exportações não serão atingidas.
A alíquota incidirá sobre a diferença entre a chamada "posição comprada" em dólar e a "posição vendida" na moeda norte-americana, ou seja, sobre as apostas dos investidores na desvalorização do dólar.
"Estamos diminuindo a vantagem da especulação. Esperamos com isso que haja uma desvalorização ou não valorização do real", afirmou.
Outra medida tomada foi a obrigatoriedade de registrar operações de derivativos feita entre as empresas, o chamado mercado de balcão. Essas operações terão que ser registradas na BMF&Bovespa ou em outra instituição autorizada.
Mantega disse ainda que o governo poderá aumentar os valores dos depósitos que os investidores têm que fazer ao firmar contratos desse tipo. Hoje, quando é assinado um contrato de R$ 1 milhão, por exemplo, o investidor tem que depositar entre 5% e 6%.
"Poderemos exigir margens maiores, limitar a alavancagem e outros requisitos para dar maior segurança e solidez a esses mercados", completou.
Outra medida é relativa aos empréstimos no exterior com menos de 720 dias, que hoje sofrem incidência de 6% de IOF. Quem fizer contratos acima desse prazo, mas liquidar o empréstimo antes, terá que pagar o imposto.

DÓLAR
O dólar comercial é negociado por R$ 1,558 nas primeiras operações registradas nesta quarta-feira, o que representa um forte avanço de 1,36% sobre a cotação do fechamento de ontem.
Há seis dias úteis consecutivos a taxa de câmbio vem caindo sistematicamente. O mercado antecipa que o governo terá de subir os juros ainda mais para conter as pressões inflacionárias.
Como o país já possui uma das maiores taxas do planeta, torna-se ainda mais atrativo para o capital externo, principalmente num cenário em que as maiores economias praticamente juros historicamente muito baixos.
Nos últimos dias, a taxa de câmbio vem "testando" dia a dia novos "pisos", já em seus menores preços dos últimos 12 anos.

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