Cerca de 100 mulheres sorocabanas realizaram na manhã deste sábado (6) um protesto contra a onda de feminicídios registrada na cidade -- em 48 dias, seis mulheres foram assassinadas em Sorocaba e Votorantim. A concentração do protesto ocorreu às 8h30, na Concha Acústica do Largo São Bento, no Centro de Sorocaba, onde houve mobilização e confecção de cartazes.
Então, o grupo desceu para a praça Coronel Fernando Prestes, também no Centro, onde foi feita planfletagem para conscientização da população, com informações sobre como buscar a ajuda e onde denunciar a violência contra a mulher. Depois, o grupo seguiu até a esquina da Boulevard Braguinha com o Barão do Rio Branco, onde ocorreu um intervenção na qual várias mulheres se deitaram no chão, formando uma cruz.
O ato trouxe uma antiga reivindicação dos movimentos que lutam pelos direitos da mulheres em Sorocaba - o funcionamento 24h da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). Também há a intenção de que o Conselho Municipal da Mulher - cuja eleição ocorre no próximo dia 15 - tenha poder deliberativo.
A vice prefeita Jaqueline Coutinho (PTB) participou do ato e, durante a sua fala, afirmou que até o início de março deve ser implantado na cidade o botão do pânico, um aplicativo pelo qual, segundo ela, a mulher poderá acionar a Guarda Civil Municipal em casos de ameaça ou agressão. A medida é uma promessa de campanha de Jaqueline enquanto candidata em 2016.
Casos recentes
Grupos de defesa da mulher apontam ainda outros dados que mostram a situação preocupante. Desde o início do ano -- até a última quinta-feira (4) -- o Juizado Especial de Violência Doméstica e Familiar contra Mulher de Sorocaba já registrou 11 pedidos de medida protetiva, conta Emanuela Barros, advogada e membro do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher. Embora o Fórum de Sorocaba esteja em férias ainda opera em esquema de plantão, a advogada explica que a medida protetiva é um instrumento solicitado, em geral, para que ocorra o afastamento do agressor, evitando a sua convivência com a vítima.
No caso mais recente a chocar a cidade, o escrevente judiciário José Júlio Ferreira Cintra de Almeida Prado Júnior, 48 anos, e a namorada Simone Lanzoni, 46 anos, também escrevente judiciária, foram encontrados mortos na última quinta-feira (4), na casa dele. A investigação policial aponta para um possível homicídio seguido do suicídio de José Júlio. As outras possíveis vítimas de feminicídio em Sorocaba são: Solange Maria Silva, 38 anos (cujo corpo ainda não foi localizado); Esmerlei Demétrio da Silva, 56 anos; Juliana Jovino, 24 anos; Mariana Pereira Ribeiro Coelho, 34 anos; e Aline Andrade Silva, 30 anos.
Fonte: Jcruzeiro.com.br
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