sexta-feira, 2 de outubro de 2015

PRODUÇÃO INDUSTRIAL CAI 9% EM UM ANO E TEM MAIOR RECUO DESDE 2003, DIZ IBGE

PIB Economia Produção Industrial (Foto: Reprodução)

A produção industrial brasileira registrou queda de 1,2% em agosto na comparação com julho, pior resultado para o mês desde 2011, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (2). Em comparação com o mesmo período do ano passado, a queda é de 9,0%.

A queda de 9,0% na produção industrial em agosto ante agosto de 2014 é a maior para o mês desde o início da série da Pesquisa Industrial Mensal Produção Física (PIM-PF), iniciada em 2003 neste tipo de confronto. Além disso, considerando todos os meses, trata-se da 18ª taxa negativa consecutiva, informou o IBGE.

Bens de consumo

O crédito escasso e mais caro, a incerteza do consumidor, o aumento do desemprego e a queda na renda das famílias têm afetado cada vez mais a produção dos bens de consumo semi e não duráveis, mais sensíveis à evolução dos rendimentos dos brasileiros por incluírem bens essenciais. Em 12 meses até agosto, a categoria acumula retração de 4,8% na produção, a maior da série histórica, iniciada em dezembro de 2003, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Com o mercado de trabalho se comportando de maneira menos favorável do que foi no passado e a inflação mais alta, tudo isso tem reflexo mais direto sobre a renda das famílias. É claro que esses segmentos mais ligados à renda vão mostrar também um desempenho negativo", disse André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.

Os bens de consumo semi e não duráveis incluem desde alimentos até itens de vestuário e calçados. Como eles são tidos como mais essenciais às famílias, a queda na produção demorou mais tempo para ocorrer. Agora, porém, o sinal negativo aponta que até mesmo esses segmentos estão em dificuldades. Só os calçados, por exemplo, tiveram queda de 6,4% entre maio e agosto deste ano ante igual período do ano passado.

No primeiro quadrimestre, a retração era de 2,6%. O abate de animais, principalmente bovinos, também apresentou forte queda, de 11,0% no segundo quadrimestre do ano, intensificando o ritmo do recuo, que foi de 7,0% nos primeiros quatro meses de 2015 (sempre na comparação com igual período de 2014). Um sinal de que os consumidores estão repensando suas compras de forma a adequá-las à nova realidade do orçamento familiar. "A incerteza do consumidor faz com que ele adie o consumo, e é isso que está por trás dos bens de consumo, tanto duráveis quanto semi e não duráveis", explicou Macedo.

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