sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Região Oeste da Grande São Paulo deixará de ser atendida pelo Cantareira

A série de obras realizadas pela Sabesp, em andamento desde o ano passado, para combater a crise hídrica vão fazer com que a região Oeste da Grande São Paulo deixe de ser atendida pelo sistema Cantareira, que, além de ser o responsável por garantir o abastecimento a 5,3 milhões de moradores de toda a região Metropolitana, é um dos mais atingidos pela falta de chuvas.

Um balaço dessas ações, divulgado pela estatal ontem, após a entrega da interligação entre os sistemas Rio Grande e Alto Tietê, principal obra para evitar o rodízio na Grande SP, aponta que, desde maio do ano passado, parte de Osasco já é atendida pelo sistema Guarapiranga. Essa medida foi garantida com a conclusão da adutora Bela Vista-Conceição, que passou a trazer, da Guarapiranga, águas para os bairros dessa região, na zona Sul da cidade.

Já a partir de 2017, a ruptura será mais radical. Esse é o prazo de conclusão das obras do sistema produtor São Lourenço, que trará água da região de Ibiúna para as cidades vizinhas, substituindo completamente o Cantareira. Construído por meio de uma Parceria Público Privada (PPP), ele vai produzir 4.700 litros por segundo, captados da represa Cachoeira do França, na região de Ibiúna. Essa vazão, segundo a Sabesp, é suficiente para abastecer cerca de 1,5 milhão de pessoas nas cidades de Barueri, Carapicuíba, Cotia, Itapevi, Jandira, Santana de Parnaíba e Vargem Grande Paulista.

Também nesse levantamento, a Sabesp aponta que o mês de setembro de 2015 foi o primeiro, desde o início da crise hídrica, em que os sistemas que abastecem a Grande São Paulo têm mais água armazenada do que um ano antes. No último dia 24, o volume disponível nos seis principais sistemas era de 150,5 bilhões de litros. Em 24 de setembro de 2014, a soma era de 146,7 bilhões de litros.

De acordo com a companhia, esse volume armazenado é a soma da água que está estocada nas represas dos seis maiores sistemas que atendem à Grande São Paulo: Guarapiranga, Cantareira, Alto Tietê, Rio Grande, Rio Claro e Alto Cotia. E exclui o volume morto. Já se essa cota for contada, a Grande SP tinha 491,1 bilhões de litros disponíveis no último dia 24. A empresa alerta, no entanto, que a situação ainda é preocupante. “A falta recorde de chuvas, que transformou 2014 no pior ano da história, não teve grande evolução em 2015. Este ano teve o inverno mais chuvoso desde 2009, mas parte da água foi absorvida pelo solo, que está muito seco. Por isso a entrada de água nas represas, chamada de afluência, está só um pouco melhor agora”, informou a Sabesp, em nota.

A diferença, segundo a empresa, é que a retirada para abastecer a população teve forte diminuição.

Entre abril e agosto (período seco), a água que chegou às represas subiu apenas 2% neste ano em relação a 2014 (foi de 44,01 mil litros por segundo para 45,24 mil litros por segundo). No mesmo período, porém, a Sabesp retirou 21% menos água para abastecer a população – caiu de 68,37 mil L/s para 53,58 mil L/s. Essa redução de retirada tem deixado a população, na Grande São Paulo, sem abastecimento de água por até 20 horas diárias.

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