segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Aplicação no exterior ganha força entre os investidores

A diversificação de investimentos pessoais com aplicações no exterior ganhou força em 2012 e especialistas acreditam que essa opção terá interesse crescente ao longo do ano. Com a perspectiva de que o juro básico se manterá em níveis baixos por um bom tempo e a escassez de oportunidades na bolsa brasileira - sem novas estreantes e com as companhias preferidas dos gestores consideradas caras -, cresce a busca por ganhos no mercado internacional. Um movimento que vale para todos os tipos de investidores, individuais e institucionais, e que, segundo executivos, se acelerou de forma relevante nos últimos meses.

Os números do setor de fundos mostram a demanda de forma evidente. O valor alocado no exterior quase triplicou, passando de R$ 12,9 bilhões ao fim de 2011 para R$ 36,9 bilhões em dezembro, com um claro movimento de aceleração do processo no segundo semestre.

Dados do Banco Central mostram que, em 2012, os investimentos brasileiros em carteira ficaram negativos em US$ 8,26 bilhões, ou seja, houve saída líquida de recursos para aplicação em ações e renda fixa lá fora. Em 2011, a conta ficou positiva em US$ 16,86 bilhões.

Carlos Takahashi, presidente da BB DTVM, diz que a busca por diversificação em ativos no exterior é um caminho natural. A instituição possui dois multimercados nos quais há o compromisso de alocar o máximo de recursos permitidos (20% do patrimônio) em ativos internacionais. A gestora do Banco do Brasil é a que mais tem papéis no exterior em carteira, cerca de R$ 20 bilhões. "A demanda está aí. Tanto de investidores pessoa física quanto de institucionais", afirma Joaquim Levy, diretor superintendente da Bradesco Asset Management (Bram).

Para o investidor individual, dizem os especialistas, fundos de investimento que aplicam em ativos estrangeiros são o caminho mais fácil para quem busca diversificação nessa linha. Já existem no mercado carteiras compostas, por exemplo, por BDRs (recibos de ações de companhias estrangeiras negociados no Brasil), direcionadas a investidores "qualificados" - com pelo menos R$ 300 mil em aplicações financeiras. Os fundos também podem alocar parte do patrimônio fora do país. Pela regulamentação, os multimercados têm limite de até 20% do total de recursos. Nos demais, o teto é de 10%.

Valor Econômico.